sábado, 27 de fevereiro de 2010

não estive sob o céu de santos;
não fumei em santos;
não fudi em santos;
comi a comida das pessoas de santos sob uma plataforma suspensa:
uma média de café puro sem açúcar, um suco de laranja e um misto quente
minha garganta dói eu estou determinada a não adoecer
por uma hora ou menos estive a estar de pé dentro dos limites da cidade de santos
estou tentando arrastar meu coração comigo, mas ele mesmo ainda não pode estar de pé
estou rouca, minha voz está engrossando aos poucos
para que possa então falar com o timbre grave sobre as pessoas que deixei
como deixei santos:
com uma cólica que há quatro dias anuncia o estado do ventre mas não sangra nunca:
na próxima parada vou arrancar com a mão os espólios dos anos que passei sentada,
vou arrancar a sinusite, o veneno, a saudade, que se continuarem dentro hão de promover-me a menina de fados
não sei nada de santos, por bem ou por mal
tosse, cólica, aleluia estou indo embora mas já meu coração tampouco quedará
o ônibus no limite faz a curva
abre-se o mar

2 comentários:

  1. E meu coração se queda de saudade, mas nem assim adoeço. Boa viagem!

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  2. camelot,

    orgulho da raça. fez com que não sobrasse nada para roberto carlos.

    saudades sem braços,

    te amo, kiddo.

    leo.

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