domingo, 28 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

Por que este caminho e não outro? Aonde leva para nos atrair desta forma? Que árvores e amigos estão vivos atrás do horizonte dessas pedras, no distante milagre do calor? Viemos até aqui porque onde estávamos não era mais possível. Éramos atormentados a ponto de ser escravos. Em nossos dias, o mundo é hostil aos Transparentes. Mais uma vez, foi preciso partir... E este caminho, semelhante a um longo esqueleto, nos conduziu a um país que só tinha o próprio sopro para escalar o futuro. Como mostrar sem trair as coisas simples desenhadas entre o crepúsculo e o céu? Pela virtude da vida obstinada, no giro do Tempo artista, entre a morte e a beleza.

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René Char

quarta-feira, 17 de março de 2010

desenho cego.
não, escrita cega!

(tentar escrever sem tirar a mirada del arededor)

por um curto intervalo de tempo retornara à Amazônia:
ali, igual, sentada sobre um barco no leito do Tapajós;
não fosse pelos mares de morros (revestidos de matas
tipicamente fechadas, atlânticas),enorme costa que sempre
dissipa os ventos que ali fariam as curvas.

olho novamente e o manguezal se converte em florestas submersas
da época de cheias daquele mesmo rio equatorial de águas paradas.
rio e mangue são sempre espelhos.
verdes bem cuidados assim o são,
no sul ou no norte.

onde há peixe e madeira, há barco.
quem faz barco também faz rabeca.
faz-se a festa.